sexta-feira, 6 de julho de 2012

Da série ÍDOLOS ETERNOS: ZICO


Em tempos de tanta pobreza de hombridade, de lideranças natas e de atitude na Gávea - ora infestada por incompetentes, fanfarrões e aproveitadores, a nós, RUBRO-NEGROS DE BEM, RUBRO-NEGROS APENAS POR AMOR, cumpre guardar alguns minutos para a leitura dessa série ÍDOLOS ETERNOS DA NAÇÃO, na qual lembraremos e homenagearemos aqueles que deram ao Mengão o título de "O MAIS QUERIDO DO BRASIL", aqueles que, com suor e lágrimas, nos tornaram A NAÇÃO, trazendo, em épocas diferentes, tanta felicidade e orgulho a tantos milhões de nós.


E não podíamos começar senão bendizendo ARTHUR ANTUNES COIMBRA: o ZICO; o ZICÃO; NOSSO REI; ÍDOLO MAIOR; o GALINHO DE QUINTINO!


Vamos tentar falar pouco, de alguém tão grande.


Antes de mais nada, ZICO foi, sem sombra de dúvidas, o maior jogador mundial de sua geração. Quem teve o prazer de vê-lo jogar sabe que, tranquilamente, foi melhor e mais completo do que PLATINI, do que BECKENBAUER e do que o polêmico (e tão badalado) Diego Armando MARADONA.


O GALINHO rubro-negro, sobretudo até seus 32 (ou 33) anos, quando um beque do Bangu o atingiu criminosamente, era rápido, ousado e goleador (mais de 800 na carreira). Sempre chutou (bem) com as duas pernas, tinha passe refinado e visão incomum de jogo, além de, quando a zaga adversária vacilava, bem colocar-se para cabecear com precisão (mesmo com 1,72m).


Ademais, ZICO driblava com extrema objetividade, verticalmente, sem enfeitar, e batia faltas de modo magistral. Na Itália, em sua (doída, para nós Rubro-Negros) passagem de 2 anos pela UDINESE, um programa esportivo suscitou o seguinte debate, surreal para os tempos atuais: "Como impedir Zico de fazer gols de falta".


Não satisfeito com tantos atributos esportivos, era líder, tinha palavra e comandava o time em campo e fora dele, sempre voltando-se às necessidades dos companheiros de equipe. Nunca fazia reivindicações inúteis ou de caráter individual. Era simples, disciplinado e persistente em seus propósitos, além de muito acessível e paciente com seus milhões de fãs (presenciei mais de uma vez isso), no Rio e fora dele.


Quando se assistia a um jogo do MENGÃO, se torcia pelo FLAMENGO e por ZICO, como se fossem duas entidades diferentes, mas, ao mesmo tempo, intrínseca e inevitalmente ligadas, fundindo e incendiando uma incomparável febre vermelha e preta em tantos estádios do Brasil, da América do Sul e do Mundo.


Muitos brasileiros viraram FLAMENGO ou ainda mais FLAMENGO por causa dele.


Nesse espírito, até pela SELEÇÃO BRASILEIRA se tinha um prazer maior de ver e torcer. A SELEÇÃO tinha ZICO e isso fazia TODA A DIFERENÇA. Ele era um símbolo, um mito, um paladino do futebol-arte.


A torcida clamando por ele, aos gritos de "ZICO, ZICO, ZICO", sempre que uma falta era marcada pelos árbitros era de arrepiar ao mais insensível dos mortais. E ele caminhava, com invariável calma, ajeitava a bola com carinho e quanto (eventualmente) não marcava um golaço, restavam as traves a se estremecer com a "Magnética" fazendo "uhhhhhh"...


Em termos de título, muitos marcaram, até pela grandeza, como o TRI-CARIOCA DE 78/79/79, os BRASILEIROS DE 80, 82 e 83, a LIBERTADORES DE 1981 (na qual o Mengão venceu a violência dos adversários na bola, na boa malandragem e, que o diga Anselmo, até na porrada) e o MUNDIAL INTERCLUBES, na qual o Rubro-Negro não tomou conhecimento do então "todo-poderoso" LIVERPOOL.


Mas para mim, como torcedor, não esquecerei o último BRASILEIRO conquistado sob a batuta do eterno GALINHO: o de 1987.


Depois de uma cisão na CBF, o CLUBE DOS 13 (mais tradicionais Clubes do Brasil) decidiu promover a COPA UNIÃO: um Brasileiro mais organizado e rentável (fortemente patrocinado pela Coca-Cola), com menos times, porém mais qualificados, contando com a sempre marcante cobertura da TV GLOBO.


ZICO, então aos 34 anos, sofrendo então havia dos anos com seu combalido joelho e com a exaurida musculatura, foi obrigado a mudar seu estilo de jogo, tornando-o mais cadenciado e ainda mais cerebral, mas sem perder o elã, a liderança e o faro de gol.


Era o expoente e a voz da experiência em uma equipe com RENATO GAÚCHO, na melhor fase da carreira dele, com os veteranos LEANDRO e EDINHO, e com as então revelações - depois partícipes do TETRA DA SELEÇÃO - JORGINHO, ZINHO e (um iluminado) BEBETO, este último o goleador dos últimos 4 jogos finais.


Neste campeonato, ZICO jogava, com seu espírito guerreiro, boa parte dos jogos, frequentemente apenas até os 25 ou 30 minutos do segundo tempo, diante de tamanhas dores e limitação física.


Mas foi o suficiente para a NAÇÃO e para a TAÇA! Foi lindo e grandioso assistir o esforço e o insistente brilhantismo de nosso Ídolo Maior nessa jornada.


Ficarão na minha imagem, dentre tantas assistências, a sua fisionomia cansada, mas sempre comprometida e apaixonada; a alegria dele (e da MASSA RUBRO-NEGRA) nos 3 gols contra o SANTA CRUZ (último jogo da fase classificatória http://www.youtube.com/watch?v=2SF3_j6ijbE), no Maracanã, e no gol de cabeça contra o então forte ATLÉTICO-MG, que calou 80 mil vozes no segundo jogo daquela emblemática semifinal (aos mais novos, pesquisem no YOUTUBE, pois gostarão de vê-lo).


Isso sem falar no último FLA-FLU, no fim do Campeonato Brasileiro de 1989, quando comandou, em Juiz de Fora, uma super goleada do Mengão (http://www.youtube.com/watch?v=t00h_qs9q9Y). E, na tocante despedida (http://www.youtube.com/watch?v=gXA5PD_HYQc), em 1990, no lotado Estádio Mário Filho, quando o então novato goleiro TAFFAREL ousou fechar o gol, evitando mais um gol consagrador de ZICO em seu último ato vestindo o MANTO SAGRADO.


Hoje, além das lembranças eternas de um ídolo único, como esportista e como pessoa, bem como da gratidão que toda a NAÇÃO lhe deve, resta-nos nutrir alguma esperança para que o ZICO TÉCNICO, o ZICO FAMÍLIA e o ZICO VOVÔ se disponha nessa (do final do ano) ou na próxima eleição (de 2015) a candidatar-se à Presidência do nosso Amado CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO, vencendo e resgatando uma instituição que foi saqueada, detratada e diminuída, principalmente nas últimas décadas, por pessoas que não podem ser consideradas dignas da MAIOR e da MELHOR TORCIDA DO MUNDO...


SAUDAÇÕES RUBRO-NEGRAS!!! .'.

Um comentário:

  1. Muito bom o artigo! Parabéns! Zico é ídolo eterno. Seria o máximo se ele fosse o presidente do Mengão. SRN

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